- Autor - Enfº Carlos Rodrigues
Sumário Clicável
Capacitação Obrigatória dos Profissionais de APH conforme a Portaria 2048 do Ministério da Saúde
A Portaria 2.048, de 5 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde, estabelece diretrizes para a organização dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência no Brasil. Ela define claramente as exigências de capacitação teórica e prática para profissionais da saúde que atuam no Atendimento Pré-Hospitalar (APH) móvel, incluindo enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores de veículos de emergência.
Não existe formação com conteúdo Online
É importante destacar que a Portaria 2048 não autoriza, em nenhum trecho de seu texto, a realização de cursos de APH total ou parcialmente na modalidade online. Toda a formação prevista deve ocorrer de forma presencial, com aulas teóricas e práticas supervisionadas.
Importância da Capacitação Presencial
A Portaria 2.048 de 2002 enfatiza a necessidade de capacitação presencial, com atividades práticas supervisionadas, para garantir que os profissionais estejam aptos a lidar com situações reais de urgência e emergência. A ausência de menção a aulas online reforça a importância do treinamento prático e da vivência em campo para a formação adequada dos socorristas.
1. Formação dos Enfermeiros em APH
Carga Horária e Conteúdo
Os enfermeiros devem cumprir uma carga horária mínima de 130 horas, distribuídas entre teoria e prática, conforme estabelecido na portaria 2048. Os conteúdos incluem:
| Nº | Conteúdo Teórico | Procedimento Prático |
|---|---|---|
| 1 | Sistemas de saúde e organização da rede de urgência | Avaliação primária e secundária |
| 2 | Atendimento inicial ao politraumatizado | Atendimento a PCR com uso de DEA |
| 3 | Protocolo de suporte básico e avançado de vida | Monitorização cardíaca |
| 4 | Farmacologia em emergências | Punção venosa e administração de medicamentos |
| 5 | Patologias clínicas de emergência | Imobilização de fraturas |
| 6 | Atendimento a vítimas de violência | Transporte de vítimas |
| 7 | Anatomia e fisiologia aplicadas ao APH | Abordagem de vítima inconsciente |
| 8 | Aspectos legais e éticos do APH | Atendimento em locais de risco (altura, água) |
| 9 | Psicologia do trauma | Manuseio de materiais e equipamentos do APH |
| 10 | Epidemiologia das emergências | Aplicabilidade dos protocolos |
| 11 | Classificação de risco | Simulações de atendimento multiprofissional |
| 12 | Gestão e liderança em situações de crise | Estágio supervisionado em ambulância |
| 13 | Biossegurança | Atendimento a emergências psiquiátricas |
| 14 | Protocolos de comunicação e registro | Salvamento e extricação rápida |
| 15 | Atendimentos especiais (pediatria, obstetrícia, geriatria) | Atendimento em ambientes hostis |
Módulo Complementar
Além da capacitação inicial, os enfermeiros devem realizar um módulo complementar de 30 horas, focado em técnicas de salvamento terrestre, em altura e aquático, desenvolvendo competências para diferentes situações de resgate
2. Formação dos Técnicos de Enfermagem em APH
Carga Horária e Conteúdo
Os técnicos de enfermagem devem cumprir uma carga horária mínima de 154 horas, com conteúdos semelhantes aos dos enfermeiros, incluindo:
| Nº | Conteúdo Teórico | Procedimento Prático |
| 1 | Fundamentos do APH | Realização de sinais vitais |
| 2 | Anatomia básica aplicada | Curativos em feridas |
| 3 | Tipos de hemorragias e choques | Aplicação de oxigênio |
| 4 | Sinais vitais | Auxílio na imobilização |
| 5 | Atendimento ao politrauma | Transporte de pacientes |
| 6 | Cuidados com a biossegurança | Avaliação rápida de vítima |
| 7 | Atendimentos com oxigenoterapia | Posicionamento de vítima para transporte |
| 8 | Assistência em parada cardíaca | Colaboração em PCR |
| 9 | Protocolos de atendimento básico | Organização da ambulância |
| 10 | Ergonomia no atendimento pré-hospitalar | Assistência ao enfermeiro nas emergências |
| 11 | Atendimento ao queimado | Lavagem e paramentação |
| 12 | Abordagem de pacientes diabéticos | Triagem simples |
| 13 | Cuidados com equipamentos médicos | Atendimento simulado a múltiplas vítimas |
| 14 | Humanização no atendimento | Uso de equipamentos de proteção individual |
| 15 | Sistema de comando de incidentes | Estágio em campo supervisionado |
Módulo Complementar
Assim como os enfermeiros, os técnicos de enfermagem devem realizar um módulo complementar de 30 horas, voltado para técnicas de salvamento terrestre, em altura e aquático, visando desenvolver habilidades específicas para situações de resgate
3. Formação dos Condutores de Veículos de Emergência
Requisitos Legais
Os condutores de veículos de emergência devem possuir o Curso para Condutores de Veículo de Emergência, conforme legislação vigente do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Curso feito no SEST SENAT.
| Nº | Conteúdo Teórico | Procedimento Prático |
| 1 | Direção defensiva | Condução de veículo com simulação de urgência |
| 2 | Legislação de trânsito aplicada à emergência | Estacionamento técnico em cena de acidente |
| 3 | Noções de primeiros socorros | Apoio no transporte de vítima |
| 4 | Mecanismos de trauma | Apoio ao socorrista na imobilização |
| 5 | Rota de escape e condução segura | Sinalização do local do sinistro |
| 6 | Sinalização em acidentes | Utilização de EPIs |
| 7 | Noções de biossegurança | Higienização do veículo pós-atendimento |
| 8 | Atendimento em zonas de conflito | Apoio em PCR (compressões externas) |
| 9 | Checklist veicular | Acesso rápido e seguro às vias urbanas |
| 10 | Estrutura do APH móvel | Integração com equipes multiprofissionais |
| 11 | Atendimento ao paciente em deslocamento | Uso correto de sinalização sonora e visual |
| 12 | Relacionamento interpessoal | Avaliação do cenário de atendimento |
| 13 | Cultura organizacional da saúde | Apoio em resgates difíceis |
| 14 | Rotas de acesso rápidas | Estágio prático supervisionado |
| 15 | Equipamentos de emergência no veículo | Checagem e manutenção dos equipamentos |
Conclusão
A formação de profissionais para o Atendimento Pré-Hospitalar móvel, conforme estabelecido pela Portaria 2.048 de 2002, é fundamentada em capacitação presencial obrigatória, com atividades teóricas e práticas bem definidas. Não existe nenhuma menção, em qualquer trecho da norma, sobre a possibilidade de cursos teóricos online ou formação híbrida para atuação no APH.
Impossibilidade de Estágio
Contudo, por esbarrar em questões institucionais, muitas empresas e serviços de atendimento pré-hospitalar não permitem a presença de estagiários, especialmente por não possuírem seguro específico para alunos nem respaldo jurídico para permitir sua atuação em situações reais.
Esses impedimentos se relacionam diretamente com riscos inerentes à função, como exposição a biocontaminação, acidentes e outros perigos próprios do ambiente pré-hospitalar. Isso reforça a necessidade urgente de políticas públicas que normatizem a inserção legal e segura de alunos nesses serviços.
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